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sábado, 28 de maio de 2011

O gume da palavra

Eliane F.C.Lima

Embora eu ainda envie o visitante para minhas postagens anteriores, hoje posto este vídeo, que eu já havia recebido há algum tempo e resolvi copiar do YOUTUBE, ao qual agradeço, estendendo o agradecimento à pessoa que o postou ali.
Ele se tornou conhecido e a Professora Amanda Gurgel foi entrevistada em uma rede de televisão de grande alcance que, pasme o leitor, fez reiteradamente campanha contra professores do Rio de Janeiro, em greve – eu estava lá, junto –, que reivindicavam a mesma coisa. Hoje tal rede não só faz reportagens a favor da educação, apontando suas falhas, como traz a professora para dar entrevista. Porém é preciso não ser ingênuo: será que essa rede não está, sim, contra o governo federal e não a favor da educação? Em sua fala, a professora diz alguma coisa como "em nenhum momento, governo algum teria se preocupado com a educação.". Triste será perceber que seu discurso esteja sendo mais uma vez manipulado e usado como "arma de manobra".
Mas a veiculação aqui se faz menos pelo conhecimento da realidade educacional no país e seu desejo de lutar para salvá-la.
Apresento-o pelo "show" de oratória que a professora dá, domínio completo da arte de persuadir, de expor o pensamento. Ela usa a técnica que sempre ensinei a meus alunos de vencer o inimigo em seu próprio campo – metáfora de convencer, usando as estratégias do pensamento contrário –, quando eu ensinava a dissertação argumentativa, composição escrita que costuma ser pedida em vestibulares. Como a Professora, dei aulas de Língua Portuguesa, o que significa, na verdade, ensinar ao aluno a argumentar e expressar seu pensamento.
Cito dois exemplos: o apelo aos números, truque que sempre dá certo por emprestar ao discurso um quê de ciência exata – o Ocidente adora as Ciências Exatas –, de argumento irrefutável, portanto. Ela se vale do "gancho", usando-o com uma ironia incontestável. Quando a platéia ri, oitenta por cento da batalha já está vencida: ninguém respeita um inimigo do qual todo mundo ri.
Depois, ela usa as palavras da secretária de educação de seu estado – acredito que os professores locais estivessem em greve –, a favor de seus argumentos. Não há, definitivamente, possibilidade da secretária salvar seu discurso de representante do governo, depois do ardil da palestrante, sem reiterar, enfatizar, robustecer a fala implacável anterior. O único recurso é o silêncio.


Como disse, com tanta sabedoria, a própria Professora Amanda Gurgel, a culpa do que acontece na educação não está dentro de sala de aula. A alegação de que os professores são despreparados e precisam se reciclar é negada pela excelência das argumentações, tanto em seu conteúdo, como em seu estilo pela própria emissora do discurso. A Professora – assim mesmo, com letra maiúscula –, é uma oradora de primeira. Imagino as aulas extraordinárias que dá. Como professora também, sinto muito orgulho.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Adriana Calcanhotto - NIELM - "Encontro com as escritoras"

Eliane F.C.Lima

Fiz esta postagem para assinalar o novo "Encontro com as escritoras", evento do NIELM/UFRJ - Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Mulher na Literatura -, no dia 17-05-2011 agora, do qual participou a compositora, cantora e agora escritora Adriana Calcanhotto, que tem sido frequentemente citada neste blogue, para lançamento de seu livro Saga Lusa. Na foto oficial do NIELM, estavam a Cintia Barreto - talentosa poeta por mim apresentada anteriormente -, o vice coordenador do NIELM Jorge Luiz Marques de Moraes, que é uma gracinha e me dá ali um abraço muito gostoso, a Adriana e eu, já de cabelos curtos de novo.
Agradeço à Cintia a foto que ela colocou em seu Facebook.

domingo, 8 de maio de 2011

Nós, mulheres, somos tudo. Até mães.

Eliane F.C.Lima

Neste dia dedicado às mães por uma sociedade capitalista quero relembrar alguns aspectos. Primeiro que, num tempo não tão longínquo, a única felicidade que restava a uma mulher –
seriam felizes mesmo? – era ser mãe, além de esposa extremosa. Na verdade, o título e a homenagem apenas tinham como intenção reforçar os limites domésticos impostos à mulher em seu papel de ser da vida privada. A rua, os negócios, a vida pública, o capital, a liberdade de escolha, enfim, eram prerrogativas masculinas.
Hoje a homenagem às mães se reveste de um outro aspecto: o fato de uma mulher, com todas as atribuições novas que conquistou na vida pública, que agora também é sua – nada distingue a vida de uma mulher da vida de um homem –, exercer as funções da vida privada, como ser mãe, com aptidão, faz da mulher, realmente, um ser excepcional, tenha filhos ou não. Meus parabéns a nós está posto, não apenas por sermos mães, mas, em primeiro lugar, por sermos mulheres e competentes. Aliás, como sempre fomos.