Eliane F.C.Lima
Bem, parece que esta seção anda meio atrasada, se a gente observar quantos números adiante estão as outras. Mas vou comentar, hoje, minha ida ao cinema: fui assistir a “Abraços partidos”, do Almodóvar. Ainda saindo da sala de projeção, falei para uns desconhecidos que estavam cadeiras ao lado: “Ele é mesmo um mestre!”. E todos concordaram.
Deixei o cinema com o peito cheio de satisfação, aquele sentimento que a gente só tem diante de uma grande obra. E fui caminhando e tentando entender o que havia nos filmes do diretor espanhol para dar essa sensação de completude no espectador. E percebi que esse mesmo sentimento me chega, quando assisto aos filmes do Chaplin.
Era exatamente isso. Alguns aspectos de seus filmes fazem os dois estarem muito próximos.
Primeiro, a necessidade que têm de tomar como objeto de seus focos, quase sempre, as pessoas simples, de toda hora.
Depois, as situações inusitadas em que essas mesmas pessoas, às vezes, se encontram. E o bom é que se percebe que a vida é mesmo assim: as coisas não transcorrem dentro do planejado e do bom senso, como se pretende.
Ainda – e talvez isso seja o mais forte – a capacidade de transitar, que ambos têm, sem o menor pudor ou dificuldade, entre a tragédia e o humor, indo de um ao outro na dose e no momento certos.
E essa tragicidade humana que traz para suas obras passa longe do piegas, no diretor atual, tal qual se deu em Chaplin. As emoções de tristeza que provoca no peito alheio são todas simples, sadias, bem-vindas, necessárias. Envolvem e evocam sentimentos humanos que andam meio esquecidos e que é preciso, com urgência, trazer de volta.
Lembro de um sobrinho meu, quatro a cinco anos, para quem exibi “O garoto”, do Chaplin. Viu tudo muito quietinho e compenetrado. Terminado o filme, foi para a varanda. Encontrei-o lá chorando.
Quando a mãe chegou, contei a ela. Nós duas concordamos que o filme e as lágrimas tinham sido bons. O que havia sido despertado nele e descido rosto abaixo eram os sentimentos mais puros e benéficos. Ideal para uma criança, um adulto futuro.
Depois do Almodóvar, fui pela rua com minha humanidade renovada.
Bem, parece que esta seção anda meio atrasada, se a gente observar quantos números adiante estão as outras. Mas vou comentar, hoje, minha ida ao cinema: fui assistir a “Abraços partidos”, do Almodóvar. Ainda saindo da sala de projeção, falei para uns desconhecidos que estavam cadeiras ao lado: “Ele é mesmo um mestre!”. E todos concordaram.
Deixei o cinema com o peito cheio de satisfação, aquele sentimento que a gente só tem diante de uma grande obra. E fui caminhando e tentando entender o que havia nos filmes do diretor espanhol para dar essa sensação de completude no espectador. E percebi que esse mesmo sentimento me chega, quando assisto aos filmes do Chaplin.
Era exatamente isso. Alguns aspectos de seus filmes fazem os dois estarem muito próximos.
Primeiro, a necessidade que têm de tomar como objeto de seus focos, quase sempre, as pessoas simples, de toda hora.
Depois, as situações inusitadas em que essas mesmas pessoas, às vezes, se encontram. E o bom é que se percebe que a vida é mesmo assim: as coisas não transcorrem dentro do planejado e do bom senso, como se pretende.
Ainda – e talvez isso seja o mais forte – a capacidade de transitar, que ambos têm, sem o menor pudor ou dificuldade, entre a tragédia e o humor, indo de um ao outro na dose e no momento certos.
E essa tragicidade humana que traz para suas obras passa longe do piegas, no diretor atual, tal qual se deu em Chaplin. As emoções de tristeza que provoca no peito alheio são todas simples, sadias, bem-vindas, necessárias. Envolvem e evocam sentimentos humanos que andam meio esquecidos e que é preciso, com urgência, trazer de volta.
Lembro de um sobrinho meu, quatro a cinco anos, para quem exibi “O garoto”, do Chaplin. Viu tudo muito quietinho e compenetrado. Terminado o filme, foi para a varanda. Encontrei-o lá chorando.
Quando a mãe chegou, contei a ela. Nós duas concordamos que o filme e as lágrimas tinham sido bons. O que havia sido despertado nele e descido rosto abaixo eram os sentimentos mais puros e benéficos. Ideal para uma criança, um adulto futuro.
Depois do Almodóvar, fui pela rua com minha humanidade renovada.
2 comentários:
É bom desde cedo aprender a compaixão, enquanto pessoas tiverem sentimentos assim, há esperança de um mundo melhor.
beijos e ótimo fim de semana
Lindo o post sobre o filme de Abraços Desfeitos, também adorei.
Cduxa
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