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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Cintia Barreto, poesia e talento - Literatura, já 4

Eliane F.C.Lima

A escritora, cujos textos posto aqui, é minha amiga. Conheci-a na UFRJ. Além de sua eficiente produção acadêmica, Cintia Barreto é ficcionista e poeta. A beleza de seus textos ultrapassou o Brasil e um de seus poemas foi lido em uma rádio portuguesa.


Poema I: Fale mentiras (leitura do poema na rádio aqui).

Cintia Barreto

Desarme suas queixas.
Seja forte!
Sufoque os medos
adjacentes.
Revele a mentira
verossímil
dos pensamentos
mórbidos.

Experimente o gosto
do seu gozo!
Sinta a carne trêmula
sob seu nervo teso.
Mostre seu sorriso
agridoce que saliva
veneno e fale...
Fale mentiras!!!

Preciso ouvir suas
verdadeiras mentiras...
para desvendar...
seu gosto.

Poema II: Imperativo

Cintia Barreto

Veja o que restou do lixo.
Recolha as sobras no tapete.
Retoque os talhos com gilete.
Devolva o ataque feito bicho.

Mude tudo pelo avesso.
Jogue fora o que aguentar.
Recolha as sobras no tapete,
enquanto o chão ainda está lá.

Poema III

Cintia Barreto

Às vezes, me arrependo
de ter furado o óvulo,
por isso ovulo.

Poema IV: Compromisso

Cintia Barreto

Desejo feno.
Vomito larvas.
Copio falas.
Invento o nada.
Viajo estática.
Medito a lua.
Declaro suas
todas as chagas.

Poema V: Depressão

Cintia Barreto

Enxergar
o que os olhos
não vêem
d e p r e s s a.

Um comentário:

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom