Eliane F.C.Lima
O patinho feio
Um ovo de cisne, por engano, é chocado por uma pata, junto de seus próprios ovos. Ao nascer a avezinha, claro, revela-se diferente e é maltratada por todos, desde sua família, até os outros animais do terreiro.
Humilhado, acaba se afastando de casa e passa por vários dissabores, durante algum tempo.
Um dia, sem querer, encontra um bando de cisnes e vê, surpreso e feliz, que são todos iguais a ele. Na verdade, ele é um cisne e o mais belo de todos.
O preconceito ensinado na escola
Eliane F.C.Lima
A história acima, com um final supostamente feliz, é contada a muitas crianças, sem a menor avaliação crítica, mesmo nas escolas.
Na verdade, ao ouvi-la, instaura-se na criança, a discriminação ao diferente. O patinho feio só deixa de ser triste, quando se junta a seus iguais. E todos os outros bichos têm suas atitudes validadas por estarem negando, com justa razão, prova a história, a inclusão, no meio deles, de alguém que não está dentro dos padrões. Um cisne não é feio, mas, ao imaginar-se pato, ele se mostrava diferente.
E a história aponta para um final apaziguador, até vitorioso para o patinho, que era o cisne mais bonito. Todos ficam contentes e ninguém se revolta pelo fato do patinho, realmente, ter sido expulso pela opinião pública. "Cada qual com seu igual" - desde que não seja mulher e mulher ou homem e homem - ou "Cada macaco no seu galho": é a louvação dos velhos ditados preconceituosos, ensinados desde a mais tenra idade para as crianças.
Por que ninguém se faz a pergunta crucial: e se ele não fosse um cisne, mas simplesmente um patinho realmente feio e diferente? Nesse caso, ratifica a mensagem do continho infantil, pau nele! E os jornais continuam a estampar a morte de homossexuais, em um mundo heterossexual, de mulheres em um mundo feito para homens, de negros, em um mundo de brancos, de imigrantes, em um continente feito para Europeus.
O patinho feio
Um ovo de cisne, por engano, é chocado por uma pata, junto de seus próprios ovos. Ao nascer a avezinha, claro, revela-se diferente e é maltratada por todos, desde sua família, até os outros animais do terreiro.
Humilhado, acaba se afastando de casa e passa por vários dissabores, durante algum tempo.
Um dia, sem querer, encontra um bando de cisnes e vê, surpreso e feliz, que são todos iguais a ele. Na verdade, ele é um cisne e o mais belo de todos.
O preconceito ensinado na escola
Eliane F.C.Lima
A história acima, com um final supostamente feliz, é contada a muitas crianças, sem a menor avaliação crítica, mesmo nas escolas.
Na verdade, ao ouvi-la, instaura-se na criança, a discriminação ao diferente. O patinho feio só deixa de ser triste, quando se junta a seus iguais. E todos os outros bichos têm suas atitudes validadas por estarem negando, com justa razão, prova a história, a inclusão, no meio deles, de alguém que não está dentro dos padrões. Um cisne não é feio, mas, ao imaginar-se pato, ele se mostrava diferente.
E a história aponta para um final apaziguador, até vitorioso para o patinho, que era o cisne mais bonito. Todos ficam contentes e ninguém se revolta pelo fato do patinho, realmente, ter sido expulso pela opinião pública. "Cada qual com seu igual" - desde que não seja mulher e mulher ou homem e homem - ou "Cada macaco no seu galho": é a louvação dos velhos ditados preconceituosos, ensinados desde a mais tenra idade para as crianças.
Por que ninguém se faz a pergunta crucial: e se ele não fosse um cisne, mas simplesmente um patinho realmente feio e diferente? Nesse caso, ratifica a mensagem do continho infantil, pau nele! E os jornais continuam a estampar a morte de homossexuais, em um mundo heterossexual, de mulheres em um mundo feito para homens, de negros, em um mundo de brancos, de imigrantes, em um continente feito para Europeus.
4 comentários:
A história do patinho feio, visto deste modo, ficou muito interessante!
Beijo, ótima quarta
Eliane, gosto muito desse ponto de vista. Dessa análise que vai além do superficial e revela toda a trama escondida no texto - que infelizmente é aceita de forma inconteste. Fora com essas concepções eurocêntricas! Agora o que me pegou mesmo foi a seguinte frase em seu perfil: "É urgente modificar o cânone, feito por e para homens." Já é hora!, pra ontem se possível! Prazer em conhecê-la! Abraços!
É mesmo, Eliane!
Você é uma danada de inteligente que fica pensando profundamente sobre as coisas da vida e da literatura e eu ... A-do-ro isso!
Obrigada por abrir meus olhos!
Beijão
Pois é, Eliane! Duas excelentes publicações (Comentando 4 e 5)que abrem esse estranho leque que deixa as crianças sem ar...
Histórias que de infantis não tem nada. É mesmo uma sacanagem! Conversa colorida de gente grande, com objetivo único de que as crianças assumam suas rejeições, suas posturas diante da vida. "Meu filho não pode pensar/ser diferente de mim... Ora, é o MEU filho!"
Infelizmente, e ainda que as histórias sejam bem outras, isto ainda é uma realidade.
bjs, Eliane. Inté!
Postar um comentário